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Como eu criei uma startup ajudando um cliente

Era final de 2019, antes da pandemia mudar o mundo completamente. Na época eu tinha uma consultoria de TI e Gamificação e estava no telefone com um cliente. Ele me disse que tinha me indicado para uma pessoa que precisava de ajuda com um desafio de realizar a capacitação profissional dos funcionários da sua empresa. Eu fiquei interessado e poucos dias depois estava na empresa com a diretoria e os gestores entendendo melhor as dores e desafios que eles tinham.

A empresa oferecia profissionais de portaria, limpeza, segurança, recepção, entre outros para mais de 200 condomínios residenciais e comerciais espalhados por toda São Paulo capital. E eles tinham mais de 1.000 funcionários. O desafio deles era realizar a capacitação contínua de todos, com agilidade e com a garantia de que o profissional realmente aprendeu e estava capacitado para realizar o trabalho. Até então eles faziam os treinamentos presencialmente, o que causava um grande gasto de tempo e recursos, tirando os funcionários da rotina de trabalho e fazendo o seu deslocamento que muitas vezes era um longo percurso.

A primeira coisa que pensaram foi em utilizar um dos diversos softwares EaD disponíveis no mercado. Mas na realidade não era tão simples. Alguns funcionários tinham celulares bem antigos. Eles não tinham memória suficiente pra baixar um aplicativo EaD no celular e também não tinham computador em casa. Outros tinham também um pouco de dificuldade com tecnologia. Mesmo se fosse um EaD que roda no navegador do celular, eles tinham dificuldade em achar o navegador, digitar o site, entrar, se cadastrar. E distribuir isso para todos os funcionários era um grande desafio. Seria necessário entrar em contato com cada um e passar as informações de acesso pois a grande maioria deles nem sequer tinha e-mail.

O formato do treinamento também influenciava muito. Eles não tinham paciência pra ler longos textos ou assistir vídeos. Era necessário pensar em algo diferente que pudesse atrair a atenção, facilitar o aprendizado, motivar e engajar. Depois de me debruçar no problema eu considerei algumas alternativas que discuti com o meu novo cliente e ele topou realizar um investimento para testar a possível solução num grupo de 80 porteiros.

Em 2 meses eu desenvolvi o protótipo da solução, que apesar de ser bem simples, poderia ajudar a resolver o problema. Eu considerei 3 pontos principais para ajudar o meu cliente:

1 - Acesso ao treinamento: Para garantir que mesmo os colaboradores com dispositivos mais antigos ou com dificuldade com tecnologia pudessem ter o acesso, eu optei por utilizar um aplicativo web no qual o link é enviado por WhatsApp. O colaborador já recebe no seu celular e com apenas um clique ele já abre pronto pra entrar. O envio é feito pelo gestor na própria plataforma de treinamento que já é integrada com o WhatsApp, uma vez que seria inviável o gestor adicionar todos os mais de 1.000 colaboradores e copiar e colar o link na conversa de cada um.

2 - Formato do treinamento: Eu me inspirei em aplicativos de educação como o Duolingo e o Primer para encontrar um formato de treinamento que fosse fácil, interativo e dinâmico. Além disso eu também utilizei o conceito de microaprendizagem para permitir o colaborador aprender no seu ritmo e também criando um senso de progresso permitindo ele ter clareza de onde estava na trilha de aprendizagem e onde deveria chegar.

3 - Engajamento: Mesmo com a facilidade de aprender e de acessar o treinamento, ainda foi preciso dar um empurrãozinho extra para garantir que todos estavam realizando os treinamentos no período certo. Nisso entra a gamificação. Foi criado um esquema de pontuação e rankings periódicos nos quais quanto mais o colaborador aprendia, mais pontos ele ganhava e podia trocá-los por prêmios ao longo do ano. Além disso uma coisa que esse público valoriza muito são certificados de conclusão de cursos. Nós oferecemos pra eles certificados customizados da empresa que o próprio colaborador podia baixar e imprimir ao concluir um treinamento.

O piloto foi um sucesso. O nível de engajamento foi altíssimo, os colaboradores gostaram, os gestores gostaram. Com isso a empresa contratou minha solução recém-desenvolvida para poder capacitar todos os seus mais de 1.000 funcionários.

Foi quando eu decidi sair da consultoria e adaptar essa solução num software para atender outras empresas, num formato Software as a Service. Assim surgiu o Lira Edu, minha plataforma de treinamento gamificado para pequenas e médias empresas.

Hoje além de atender a área de facilities também temos clientes na área agrícola que tem um desafio parecido com funcionários distribuídos regionalmente.

Se você se interessa por empreendedorismo, tecnologia e gamificação, dá uma olhada no blog do do Lira, onde compartilhamos experiências e novidades relacionadas a esse tema. Se quiser também me chama no Twitter que a gente pode marcar de bater um papo sobre o assunto.

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    Congratulations cara, it is always cool to see successful indie hackers from LATAM.

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